segunda-feira, 31 de maio de 2010

SOCIOAMBIENTAL REPRESENTA SETE LAGOAS (MG) NA 4a CNTI EM BRASILIA.

O método de Governança Comunitária Colmeiativa foi um dos assuntos tratados entre os participantes do painel de Tecnologias Sociais, da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizado em Brasília, no período de 26 a 28 de maio. Visto como um processo de elevada efetividade social a metodologia do Colmeiativa figura entre as chamadas Tecnologias Sociais e alinha-se entre os programas conhecidos como Desenvolvimento Local Participativo (DLP). O professor Frederico Drummond, pesquisador da empresa Socioambienal Corporativa, com sede em Sete Lagoas, MG, teve oportunidade de conversar sobre o desenvolvimento do método com Irma Passoni, gerente executiva do Instituto do Tecnologia Social Brasil. Irma é uma entusiasta deste trabalho e destacou a contribuição do doutor Murilo Drummond em suas pesquisas com as Abelhas Nativas, eixo estruturante do Colmeiativa. Na 4ª CNCTI, Irma foi a relatora do Painel Tecnologias Social, que aconteceu no segundo dia desta conferência, em um dos momentos de maior importância do evento. Depois de realizar um breve histórico das tecnologias sociais no Brasil foram destacadas as Quatro Dimensões deste trabalho, da seguinte forma agrupadas: 1) Conhecimento, ciência e tecnologia; 2) Participação, cidadania e democracia; 3) Educação e 4) Relevância Social. Os técnicos da Socioambiental Corporativa aproveitaram para comentar a integração destas dimensões no Colmeiativa, lembrando que o conceito de Governança Comunitária Autogestinária não é nada mais do que a sistematização das experiências que vem sendo realizada em todo o Brasil, por diversos grupos que atuam com ações de inclusão e emancipação social, econômica e política. “O esforço das comunidades assumirem sua condição de atores e sujeitos de sua própria emancipação promove uma releitura da chamada inserção cidadã”, disse Frederico, lembrando que a ação pedagógica do Colmeiativa atua precisamente com programas de capacitação em Tecnologia de Gestão Participativa. O professor Murilo acrescentou que já está pronto o DVD Caminhada da Colheita, um documentário que mostra o cotidiano das comunidades do Maranhão que atuam com as Abelhas Nativas. Estão prontas também, disse ele, as cartilhas usadas na capacitação deste programa.
No município de Sete Lagoas, os diretores da Socioambiental deverão procurar a parceria de empresas que possuem compromisso publico com o desenvolvimento sustentável e o meio ambiente como são exemplos os grupos IVECO Sete Lagoas, a AMBEV, a indústria de laticínio Itambé dentre outras. O professor Frederico considera que o bairro conhecido como Cidade de Deus, no município de Sete Lagoas, poderia ser o alvo prioritário desta ação.

sábado, 29 de maio de 2010

É possível uma empresa social? Esta é uma crença que professamos.

Ricardo Voltolini, da Revista Idéia Socioambiental

O super-executivo Jefrey Immelt e o economista bengalês Muhamad Yunus têm pouco em comum a não ser talvez a firme crença em suas idéias sobre empresas sustentáveis. Há duas semanas, em Nova York, o CEO da General Eletric contagiou uma platéia de 1.200 executivos com o seu entusiasmo pelas corporações e negócios verdes. Na semana passada, o presidente do Grameen Bank, prêmio Nobel de 2006, esteve no Brasil onde fez a sua habitual pregação sobre o microcrédito e o conceito de empresa social.

Em visita ao País, para o lançamento do seu livro “Um mundo sem pobreza”, palestras públicas e encontros privados com políticos e empresários, Yunus defendeu, com a serenidade costumeira, uma tese que, para muitos, se apóia em preceitos contraditórios: a de que o mundo precisa de “social business”, isto é, de companhias cuja prioridade não seja lucro e dividendos, mas benefícios sociais para pessoas de baixa renda. Vale reforçar, de partida: ele não está se referindo a uma organização de terceiro setor muito menos ao festejado conceito de negócios na base da pirâmide, cunhado pelo indiano G. K. Prahalad, segundo o qual as empresas podem ajudar mais na erradicação da pobreza se direcionarem seus produtos e serviços para um contingente de quatro bilhões de pessoas de classes C e D, com renda anual de até U$ 1,5 mil.

Yunus tem sido um crítico contumaz do BOP, como ficou conhecido o modelo sugerido por Prahalad. Para o criador do Grameen Bank (banco da aldeia), tratar os pobres como mera oportunidade de negócios só faria manter as desigualdades sociais e a engrenagem de um capitalismo perverso. Empresa social é - segundo ele - uma organização voltada para causas. Nela, os acionistas não estão preocupados com bottom line e admitem a idéia de apenas recuperar o dinheiro investido. Os resultados financeiros - sim, persegui-los é importante! - são integralmente revertidos na melhoria de um produto ou serviço com claro apelo social e também na expansão do seu “mercado” local.

Na Wall Street, pós ou pré-crise do subprime, modelos como este são tratados com ironia e desdém, e gente da estirpe de Yunus, como poetas sonhadores. De lado qualquer licença poética, o fato é que, há quatro anos, Yunus convenceu Franck Riboud, CEO da francesa Danone, a fundar, com o Grameen Bank, a primeira empresa social de Bangladesh, um país com 150 milhões de habitantes e uma renda per capita menor que US$ 4 por dia.

Durante almoço em Paris, Riboud confessou que desejava encontrar formas inovadoras de estender a missão da companhia de contribuir para a saúde de mais pessoas, especialmente das mais carentes. Yunus, por sua vez, viu na fala do executivo uma oportunidade para turbinar sua luta contra a desnutrição no país. Reunida a fome com a vontade de comer, nasceu, seis meses depois, a Grameen Danone Foods - uma pequena fábrica localizada em Bogra, no Norte de Bangladesh, produtora do Shoktidoi, um iogurte fortalecido com vitaminas e sais minerais.

Para financiar uma experiência tão inovadora, a empresa acabou criando, em 2006, um fundo de investimentos chamado Danone Comunities. E hoje já trabalha a implantação de modelo semelhante na Indonésia e na África do Sul. Toda a cadeia produtiva do Shoktidoi observa os princípios da sustentabilidade: mecanismos de ecoeficiência instalados, pouca tecnologia para gerar mais empregos na região, compras feitas de pequenos agricultores locais clientes do Grameen Bank e distribuição por conta de mulheres da rede estabelecida pelo banco.

O desafio de Yunus com a Danone Foods é, a rigor, e guardadas as monumentais diferenças em dólares, o mesmo de Immelt com a sua linha Ecoimagination: a viabilidade econômica. Para muitos de seus produtos verdes, a GE está enfrentando o desafio de abrir mercados novos, com baixa escala e alto custo de desenvolvimento. Como objetiva lucro, no entanto, a companhia aposta que cada vez mais clientes pagarão pela inovação. Alto investimento para alta recompensa financeira.

No caso da empresa social de Bangladesh, recai um desafio de outra ordem: oferecer um bom produto a preço bastante acessível para pessoas de baixíssima renda. Os sócios da Danone Foods prevêem que a fábrica deverá equilibrar entradas e saídas apenas daqui a dois anos, quando puder ocupar toda a sua capacidade produtiva. Alto investimento para alta recompensa social.

Evidentemente, experiências como a de Yunus ainda são vistas como alternativas, até porque confrontam a lógica vigente da rentabilidade de curto prazo. Não há nenhum sinal no horizonte mais próximo de que as empresas venham a aceitar a idéia de substituir a recompensa financeira pelo dividendo social aos seus investimentos. De qualquer modo, é bom para o mundo que as empresas sociais existam e em número cada vez maior, ainda que como símbolos de um ativismo generoso e solidário, expressões da missão institucional de empresas que pretendem deixar o mundo melhor para futuras gerações. Coexistindo com as empresas convencionais elas não nos farão esquecer nunca de que o melhor lucro é aquele que está a serviço do desenvolvimento, do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas. Não custa sonhar que, um dia, Yunus convença Immelt a criar uma empresa social.

* Ricardo Voltolini é publisher da revista Idéia Socioambiental e diretor da consultoria Idéia Sustentável. ricardo@ideiasustentavel.com.br

(Envolverde/Revista Idéia Socioambiental)

Fonte:http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/e-possivel-uma-empresa-social/

sexta-feira, 14 de maio de 2010

UMA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COMUNIDADES AUTOGESTIONÁRIAS

A COLMEIATIVA é uma metodologia de inclusão e de responsabilidade socioambiental sustentável, desenvolvida, aplicada e coordenada pela empresa Socioambiental Corporativa, com sede no município de Sete Lagoas, MG. Possui atuação em todo o território nacional, com programas específicos em bioecologia, economia solidária e governança comunitária.Mantém relações internacionais em tecnologia social com empresas e instituições congêneres em países como o Canadá, Holanda, Alemanha, Espanha e Itália.

Como método a COLMEIATIVA estrutura suas ações da seguinte forma:

A) Possui um eixo estruturante (referendado na bioecologia): o Projeto Abelhas Nativas, com atuação no nordeste do Maranhão há 10 anos e reconhecido como tecnologia social eficaz, conquistando 3 prêmios nacionais.

B) Possui um método de mobilização conhecido como governança comunitária, que reconhece a capacidade autogestionária dos grupos sociais e tem entre os seus exemplos o Banco de Palma, as cooperativas de produção do sistema UNISOL, as cooperativas de crédito solidário (ANCOSOL), entre outras.

C) E possui uma teoria econômica – os fundamentos da Economia Solidária, que privilegia o cooperativismo e o associativismo como modelos de empreendedorismo social..