quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Agricultura urbana de Sete Lagoas é modelo ao país e constitui a base para normatização da Economia Solidária no municipio.




Quim Drummond/ Comunicação - Prefeitura de Sete Lagoas

Secretário Bolson (D) apresenta horta do Vapabuçu ao diretor de Segurança Alimentar de Diadema, Antônio Rodrigues . No centro, Frederico Drummond, consultor da Socioambiental


Depois da visita do secretário do MDS, hortas comunitárias locais são indicadas como exemplo de sucesso para municípios brasileiros que querem aproveitar áreas ociosas para produção de alimentos, como Diadema O modelo de agricultura urbana de Sete Lagoas ganha repercussão pelo país. Nos dias 5 e 6, representantes da Prefeitura de Diadema visitam as hortas comunitárias setelagoanas para conhecerem a experiência de sucesso de produção agrícola em áreas ociosas dentro dos municípios.

O interesse do diretor de Segurança Alimentar da cidade da Grande São Paulo, Antônio Rodrigues, pelas hortas surgiu após indicação do secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Crispim Moreira, o qual considera a experiência setelagoana como um exemplo a outras cidades brasileiras. Moreira esteve há três meses em Sete Lagoas para analisar a execução dos programas do governo federal de combate à fome. “Fiquei muito bem impressionado com as iniciativas do município e as aplicações dos recursos do MDS”, afirmou o secretário nacional na ocasião.
A horta do Vapabuçu foi o primeiro ponto visitado por Rodrigues e equipe, onde conheceram os cinco hectares divididos em 140 quadras, os quais sustentam 97 famílias. O diretor de Segurança Alimentar de Diadema disse estar impressionado com a experiência de produção de alimentos dentro da cidade. No município paulista, as hortas foram criadas há quatro anos e empregam 20 famílias, em contraponto às 340 de Sete Lagoas. “Vamos buscar financiamento do governo federal para ampliar o programa de agricultura familiar”, diz Rodrigues.
A falta de áreas urbanas para criar canteiros produtivos pode ser solucionada com o aproveitamento de áreas inutilizadas pelas companhias de abastecimento de energia elétrica, exemplifica o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Eder Bolson. “Há um pacote de benefícios caso as cidades brasileiras adotem as hortas como fez Sete Lagoas”, ressalta Bolson, mostrando que além da movimentação da economia, os canteiros de produção agrícola trazem mais saúde, bem-estar e promovem um cooperativismo entre os cidadãos.
O educador social do departamento de Políticas Públicas e Economia Solidária de Diadema, Luis Antônio dos Santos, explica que a cidade da Grande São Paulo busca alternativa a uma região industrial que possui 250 mil desempregados. Em novembro do ano passado, uma lei municipal reconheceu a atividade de economia solidária e o executivo começou a estimular o associativismo entre os moradores por meio de uma incubadora de empresas. Atualmente, dez grupos solidários são acompanhados pela prefeitura paulista como forma de resgatar o sentido de trabalho em conjunto sem o risco da demissão. Santos aponta que uma das soluções encontradas foi a padaria comunitária, a qual passou a abastecer os eventos e cerimoniais do poder executivo de Diadema. “O desafio é quebrar a corrente do individualismo”, declara o educador social.

INCENTIVO ÀS HORTAS COMUNITÁRIAS

Aliado aos investimentos em infraestrutura e equipamentos, os agricultores das hortas comunitárias de Sete Lagoas contam com acompanhamento técnico da Prefeitura, Embrapa e Emater. Desde 2009, o governo do prefeito Mário Márcio Maroca amplia os pontos de comercialização dos alimentos da agricultura familiar, com a reestruturação da Feira da Boa Vista, a reativação da Feira Orgânica do Jardim Arizona e a abertura da Feira da Estiva. Os próximos pontos de venda de hortifrutigranjeiros serão na Lagoa do Cercadinho em Fazenda Velha.
O secretário Bolson acrescenta que a implantação do Banco de Alimentos a partir de 2011 modernizará a distribuição da produção de frutas, verduras e legumes na cidade, evitando o desperdício, eliminando a entressafra e fornecendo alimento a 36 entidades assistenciais e os Restaurantes do Trabalhador e Popular. Ao lado dessa rede, o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar em Sete Lagoas dá destino certo à produção de 200 pequenos agricultores, os quais têm renda anual de R$ 3,5 mil.
(Fonte: Secretaria de Comunicação )

MARCO LEGAL DA ECONOMIA SOLIDÁRIA

Durante o encontro, o  especialista em negócios ambientais Frederico Drummond, representando a empresa Sociambiental Corporativa, falou da importância em constituir em  Sete Lagoas, um marco legal para a Economia Solidária, a exemplo do que já fez Diadema. A institucionalização da Economia Solidária no município transformaria este processo em uma política pública municipal. Durante o mês de Setembro passado, Frederico esteve na vizinha cidade de Diadema, em Osasco (SP) onde esta política está bem avançada, conforme reconheceu Antônio Rodrigues.  Em Osasco a implantação da Economia Solidária contou com a ação decisiva do Instituto de Tecnologia Social, gererenciado pela ex-deputada Irma Passoni. Nos próximos dias a Socioambiental irá procurar representantes do município para discutir o anteprojeto de uma lei que já está pronta, conforme modelo já aprovado em outras regiões.  

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